A UPH (União presbiteriana de homens) tem como objetivo oferecer aos homens oportunidades de companheirismo e confraternização. A UPH orienta os homens da Igreja a cultivarem a sua vida espiritual ouvindo preletores, estudando as Escrituras e orando. Aprendem também como relacionar-se melhor com a esposa e os filhos, como lidar com tentações e aumentar os vínculos familiares. São oferecidos cursos de treinamento de liderança, café ou jantar mensal, palestras sobre temas variados, além do auxilio a homens da Igreja que estão procurando emprego ou passando por dificuldades.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O assustador crescimento do Islamismo no Mundo

Irmãos, trata-se de uma gentil contribuição do nosso irmão Sergio Amandio que nos trouxe esse importante material produzido pelos irmãos da Igreja Batista da Liberdade.

Não deixe de assistir ao vídeo abaixo e de ler o depoimento do pastor Eli Fernandes. E oremos a Deus por misericórdia e fortaleçamo-nos no ministério da evangelização!


Oremos para que o Brasil seja de Jesus!

Pr. Eli Fernandes de Oliveira
Estive, dias atrás, na Turquia, acompanhado do Pr Walmir Vargas, Ministro de Educação Cristã da LIBER. Em Istambul, unimo-nos a uma caravana de 45 membros da Igreja Palavra Viva, liderada por seu pastor e meu querido amigo, Lamartine Posella, conhecido líder evangélico no Brasil. Visitamos as cidades das sete igrejas do Apocalipse, depois do que voltamos para o Brasil em vôo da Turkish Airlines, Istambul/São Paulo, com escala em Dakar, capital do Senegal. No início da viagem, sentou-se ao meu lado um jovem universitário senegalês, muçulmano, com 26 anos, muito educado. Orei ao Senhor e, percebendo que ele falava também inglês, falei-lhe acerca de Jesus. Ele ouviu-me atentamente, formulou algumas perguntas interessantes e até aceitou orar comigo, erguendo suas mãos como eu, repetindo as palavras à medida em que eu orava. Pedi que Jesus Cristo entrasse no seu coração e o ajudasse em sua compreensão espiritual.
Qual não foi minha surpresa quando um homem kuwaitiano de barbas longas, com veste e turbante brancos, veio à nossa poltrona, dizendo que ouvira nossa conversa. Dirigindo-se ao jovem senegalês, perguntou-lhe: “Por que você, muçulmano, está ouvindo as palavras desse cristão que o quer converter? Você é quem deveria lhe falar de Maomé”. O ambiente foi tomado por uma forte opressão. A cada palavra que eu lhe ministrava sobre Jesus, o único Senhor e Salvador, aquele homem desprezava-O, ressaltando o nome de Maomé. Quando lhe perguntei se desceria no Senegal, disse-me que estava indo para São Paulo. Mostrou-me umas anotações, nas quais estava escrito: Santo Amaro, de 9 a 11. Ainda contou-me o que aconteceria no bairro de Santo Amaro: um encontro de líderes muçulmanos, para planejar a conversão da América do Sul para o islamismo. “O Brasil será de Maomé em breve, a Europa também logo será toda muçulmana”. “O cristianismo está para se acabar e o mundo será islâmico”. E repetiu: “Maomé é o Profeta de Deus! Noé, Abraão, Moisés e Jesus foram profetas, mas Maomé é o maior, o último e o mais importante”.
Enquanto falávamos, os evangélicos no avião davam-me cobertura espiritual, percebendo a luta e orando com fervor. Deus concedeu-me, por seu poder, a firmeza e a autoridade espiritual para responder àquele homem que negava a divindade de Jesus Cristo. Após reafirmar-lhe que, um dia, diante de Jesus. "todo joelho se dobrará e toda lingua confessará que Jesus é o Senhor, para a Glória de Deus Pai " e de assegurar que Jesus “é o único caminho, verdade e vida, e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele”, encerrei aquela conversa. Aquele homem afastou-se diante da autoridade com que Deus me investira para o enfrentamento firme, e por minha inabalável convicção acerca de Jesus.
Em conversa com meu amigo e colega Lamartine, e em espírito de oração, resolvemos que, ao chegar a São Paulo, quando fôssemos retirar nossas bagagens, abordaríamos aquele líder muçulmano, declarando-lhe que o Brasil é de Jesus Cristo! E que Deus fecharia as portas para a pregação muçulmana em nosso país.
No último dia 06, tive a oportunidade de pregar na PIB de São Paulo, pela manhã, na reunião dos pastores das igrejas batistas do centro, na qual também estavam presentes 4 obreiros da Missão junto aos árabes. Ali tomei conhecimento da magnitude desse encontro Islâmico, com a presença significativa de líderes de diversos países. O quadro ficou completo. Entendi que Deus nos possibilitou o contato com o lider muçulmano, a fim de que nós cristãos obtivéssemos, dele mesmo, as informações do que planejam: discutir estratégias de forma a, segundo ele, converter o Brasil e o mundo à fé islâmica.
Mas, agora, o que fazer? O que Deus quer de nós? A Bíblia dá-nos conta de que os crentes das sete igrejas da Ásia Menor, de onde estávamos vindo, se descuidaram, um dia, do padrão do Senhor, não deram ouvido às advertências a eles dirigidas pelo Cristo ressurreto, e foram derrotados! E hoje, 99% dos moradores daquele país, a Turquia, são muçulmanos! Deu para entender? Lá, fomos derrotados mesmo!
À vista destes acontecimentos, quero conclamá-los a que nos unamos, neste momento, em fervorosas orações.
Apelo-lhes a que reconheçam as razões pelas quais o cristianismo foi derrotado nas 7 igrejas. Arrependamo-nos e voltemos a uma vida de santidade e de compromisso única e absolutamente com Jesus, com as Escrituras e com Sua Igreja, para que a derrota não se repita mais!
O recado do Apocalipse continua sendo o mesmo para nós, hoje: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”! Ora, fomos derrotados quando perdemos o primeiro amor (Ap 2.4); quando não fomos fiéis até a morte (Ap 2.10); quando permitimos heresias em nosso meio (Ap 2.14,15); quando deixamos de ser como Jesus (Ap.2.20); quando matamos nossa vida espiritual (Ap. 3.1); quando não retivemos as bênçãos recebidas (Ap. 3.11); quando nos permitimos permanecer sob o jugo de dois senhores (Ap.3.15,16).
O jovem senegalês desceu em Dakar, deixando-nos seus contatos e pedindo que não nos esquecessemos dele, inclusive convidando-nos a visitar o Senegal, hospedando-nos em sua casa.
O líder kuwaitiano está agora aqui em São Paulo, com outros líderes muçulmanos, ultimando os preparativos para a ofensiva religiosa, para converter o Brasil e a América do Sul a Maomé.
Lá, na Turquia, terra do apóstolo Paulo e onde ele foi pastor em Éfeso, por cerca de dois anos e meio, onde João também exerceu profícuo pastorado – é repetido constantemente pelos guias turísticos o fato de que, quando João chegou a Filadélfia, a cidade inteira se converteu – onde também Policarpo foi pastor na Igreja de Esmirna, no segundo século.
Sim, lá na Turquia mataram nossos profetas, homens de Deus, e nos expulsaram violentamente daquele País. Após a "tomada" de Constantinopla pelos turcos, o País inteiro se “converteu” sob imposição ao Islamismo, e os cristãos se retiraram cabisbaixos, derrotados.
Será que vamos permitir que quadros semelhantes venham a se repetir, e agora em nossa pátria e no continente?
Em nome de Jesus, NÃO! Conforme está dito em II Crônicas 7.14: “SE MEU POVO, QUE SE CHAMA PELO MEU NOME ORAR, BUSCAR A MINHA FACE E SE CONVERTER DE SEUS MAUS CAMINHOS, ENTÃO EU OUVIREI DOS CÉUS, PERDOAREI OS SEUS PECADOS E SARAREI A SUA TERRA!”
Coloquemo-nos, pois, de joelhos, jejuemos, oremos a nosso Deus e Ele nos ouvirá, certamente. E o Brasil será de Jesus, até Sua volta! Estejamos em oração nestes dias! Ore e divulgue essa matéria àqueles que fazem parte de seus grupos de e-mails de intercessão.
Vençamos através da oração, para a glória de Deus e para o feliz estabelecimento do Seu Reino que é de paz, perdão e vida eterna, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, único e suficiente Salvador! Amém!

sábado, 1 de agosto de 2009

Seminário "Uma Introdução ao Criacionismo"

Caros amigos e irmãos em Cristo,

Nosso sentimento é de exultação a Deus pela grandeza do seu Ser e das obras de suas mãos!

Estamos felizes também pela rica oportunidade que Deus não tem dado de poder contemplar a sua criação e saber que nosso Deus, absoluto em poder e glória, é o mesmo que nos amou, nos redimiu e nos mantém pela sua graça!

Estamos felizes pela presença do Prof. Adauto Lourenço entre nós, abençoando vidas, revigorando nossa fé, ganhando a atenção e o apreço dos nossos jovens e adolescentes, que saem deste Seminário com uma nova visão e perspectiva de quantas oportunidades nos campos dos estudos e das ciências eles têm para honrar e engrandecer o nome de Deus!

Estamos felizes pela enorme receptividade de irmãos nossos de diversas igrejas da região: igrejas presbiterianas, batistas, metodistas, igreja Brasil para Cristo, igrejas pentecostais, comunidades evangélicas, além de seminários, institutos bíblicos e escolas.

Estamos felizes pela enorme dedicação da nossa equipe de trabalho. Nossos irmãos do som e gravação, as irmãs da cozinha, toda a Junta Diaconal, os irmãos da recepção, enfermagem e música formaram um equipe de cerca de 50 pessoas que trabalharam com afinco e alegria para que tudo funcionasse dentre da mais perfeita ordem. Essa é a nossa primeira experiência no âmbito da IPSBC e pudemos sentir que ainda podemos fazer melhor nos próximos eventos, mas estamos satisfeitos e gratos a Deus por tudo o que ocorreu nestes encontros!

Passamos de 400 inscrições, e durante esses dias, tivemos uma presença média superior a 330 pessoas.

Como nosso propósito é a anunciar a grandeza e o amor de Deus, a beleza de sua criação e da sua palavra, esse seminário não ficará apenas na saudade.

A etapa seguinte é a reprodução de todas as palestras que serão disponibilizadas no site http://www.ipsbc.org.br/, o que deve ocorrer dentro dos próximos 15 dias, para que os irmãos levem essas mensagens a outros que não puderam estar conosco.

Enquanto isso, gostaríamos de deixar neste blog um espaço para você, que participou das palestras, testemunhar de que modo o Seminário "Uma Introdução ao Criacionismo" impactou a sua vida, o seu testemunho e fé cristã.

Deixe sua mensagem nos comentários do blog. Temos certeza de que suas palavras abençoarão outras vidas que podem estar à procura de refrigério para suas almas, o que somente o nosso Senhor Deus, pela mediação de Cristo Jesus, pode nos dar!


SALMO 19

"Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz. Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos. Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa. Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos. Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!"

domingo, 14 de junho de 2009

Pecado, pecadinho, pecadão...


de Solano Portela, do blog tempora-mores

Explicando o post: Alguns anos atrás foi publicado o livro de multi-autoria ao lado: “Disciplina na Igreja: Uma Marca em Extinção”. Pessoas, realmente conhecidas, como George Knight, Augustus Nicodemus e Valdeci Lopes, escreveram seus capítulos e, por alguma razão indecifrável, coube-me contribuir com dois capítulos. Sou, portanto, um interessado no assunto e achei muito bom os dois últimos posts colocados pelo Dr. Augustus (ausência de disciplina de líderes e sobre Mateus 18). Neles, temos algumas aplicações bem contemporâneas, sobre disciplina bíblica; além do tratamento de outros aspectos que estão presentes no livro em questão. As interações dos leitores, nos comentários desses dois posts, têm sido igualmente bem interessantes. No meio de muitas observações pertinentes e perguntas estimulantes, várias delas confundem a existência do amor real com ausência de disciplina, não compreendendo como esses dois aspectos são biblicamente complementares. Outros comentários observaram a suposta igualdade dos pecados. Um deles disse que a gradação de pecados era uma caracerística "humana" e não divina. Outro, disse que se uma determinada disciplina é aplicada a pecados específicos, porque não tratar todos os pecados (inclusive, foi mencionado o de glutonaria) com penalidades idênticas. A questão da igualdade, ou não, dos pecados, não foi abordada neste livro já mencionado e achei que caberia aqui um post, ainda na mesma linha de pensamento dos dois anteriores.

Todo pecado é igual?
De certo modo é correto se afirmar que todos os pecados são iguais. Em certo sentido, todos os pecados são odiosos perante Deus e suficientes para nos alijar da comunhão eterna com ele. Por isso somos recebedores tão somente de sua graça infinita (em Cristo Jesus) e não temos qualquer mérito em qualquer suposta “vida moral” ou com pouca incidência de pecados, ao sermos aceitos por ele.

Assim nos ensina a Pergunta 152 do Catecismo Maior de Westminster, que diz:
“O que cada pecado merece da parte de Deus”?
R: Todo pecado, até o menor, sendo contra a soberania, bondade, santidade de Deus, e contra a sua justa lei, merece a sua ira e maldição, nesta vida e na vindoura, e não pode ser expiado, senão pelo sangue de Cristo.

As referências dadas são: Tg 2.10,11; Ml 1.14; Dt 32.6; Hc 1.13; I Pe 1.15,16; Lv 11.45; I Jo 3.4; Gl 3.10; Ef 5.6; Pv 13.21; Mt 25.41; Rm 6.21,23; Hb 9.22; I Jo 1.7; I Pe 1.18,19, das quais citamos apenas Tiago 2.10: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos”.

Há, portanto um grau de veracidade na afirmação – “todo pecado é igual” - o menor dos pecados já nos faz culpados por não guardar os princípios de justiça de Deus. No entanto, essa afirmação deve ser bem entendida e qualificada, pois não representa o todo da verdade. Por exemplo, ouvi uma pessoa comentando e defendendo um pecado cometido por um líder evangélico, comparando-o com uma mentira cometida por ele próprio (o defensor). Ele disse: “... o erro do .... foi tão grave diante de Deus quanto o foi hoje de manhã eu ter pedido que dissessem que eu não estava, só para não atender o telefonema de um ‘amigo’ chato”.
Existe, ou não, diferenciação de pecados?
Acontece que não é bem assim, como colocou a pessoa acima, pois é o próprio Deus que nos ensina existir uma GRADAÇÃO de pecados - alguns realmente, são mais odiosos do que outros. E essa é a interpretação, também, do Catecismo Maior da Confissão de Fé de Westminster, exatamente nas perguntas que precedem a que já examinamos, acima. As perguntas 150 e 151 mostram que a idéia de que não existe “pecadinho” e “pecadão” é uma noção comum, muito propagada em nossas igrejas, mas não é Bíblica. As respostas a essas perguntas 150 e 151, mostram o sentido em que são diferentes, enquanto que a resposta à 152, mostra o sentido no qual os pecados são iguais. Vejamos:

Pergunta 150.
"São todas as transgressões da lei de Deus igualmente odiosas em si mesmas à vista de Deus"?
R: Todas as transgressões da lei de Deus não são igualmente odiosas; mas alguns pecados em si mesmos, e em razão de diversas circunstâncias agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros.
Refs.: Hb 2.2,3; Ed 9.14; Sl 78.17,32,56.
Pergunta 151.
"Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns pecados mais odiosos do que outros"?
R: Alguns pecados se tornam mais agravantes:
1º) Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, de maior experiência ou graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons, posição, ofícios, se forem guias para outros e pessoas cujo exemplo será, provavelmente, seguido por outros.
Refs.: Jr 2.8; I Rs 11.9; II Sm 12.14; I Co 5.1; Tg 12.47; Jo 3.10; II Sm 12.7-9; Ez 8.11,12; Rm 2.21,22,24; Gl 2.14.
2º) Em razão das pessoas ofendidas, se as ofensas forem diretamente contra Deus, seus atributos e culto, contra Cristo e sua graça; contra o Espírito Santo, seu testemunho e operações; contra superiores, pessoas eminentes e aqueles a quem estamos especialmente relacionados e a quem devemos favores; contra os santos, especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas ou as de quaisquer outros, e contra o bem geral de todos ou de muitos.
Refs.: I Jo 5.10; Mt 21.38,39; I Sm 2.25; Rm 2.4; Mt 1.14; I Co 10.21,22; Jo 3.18,36; Hb 6.4-6; Hb 10.29; Mt 12.31,32; Ef 4.30; Nm 12.8; Pv 30.17; Zc 2.8; I Co 8.11,12; I Ts 2.15,16; Mt 23.34-38.
3º) Pela sua natureza e qualidade de ofensa, se for contra a letra expressa da lei, se violar muitos mandamentos, se contiver em si muitos pecados; se for concebida não só no coração, mas manifestar-se em palavras e ações, escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os meios, misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência, admoestação pública ou particular, censuras da igreja, punições civis; se for contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos homens; se for feita deliberada, voluntária, presunçosa, imprudente, jactanciosa, maliciosa, freqüente, e obstinadamente, com displicência, persistência, reincidência, depois do arrependimento.
Ref.: Ez 20.12,13; Cl 3.5; Mq 2.1,2; Rm 2.23,24; Pv 6.32-35; Mt 11.21-24; Dt 32.6; Jr 5.13; Rm 1.20,21; Pv 29.1; Rm 13.1-5; Sl 78.34,36,37; Jr 42.20-22; Sl 36.4; Nm 15.30; Ez 35.5,6; Nm 14.22,23; Zc 7.11,12; Pv 2.14; Jr 9.3,5; II Pe 2.20,21; Hb 6.4,6.
4º) Pelas circunstâncias de tempo e de lugar, se for no dia do Senhor ou em outros tempos de culto divino, imediatamente antes, depois destes ou de outros auxílios para prevenção ou remédio contra tais quedas; se em público ou em presença de outros que são capazes de ser provocados ou contaminados por essas transgressões.
Ref.: Is 22.12-14; Jr 7.10,11; Ez 23.38; Is 58.3,4; I Co 11.20,21; Pv 7.14,15; Ne 9.13-16; Is 3.9; I Sm 2.22-24.
Se estudarmos com maior profundidade a questão, portanto, aprendemos que realmente existe gradação. Uma outra maneira de verificar isso é pelas diferentes penas aplicadas aos diversos crimes na lei judicial (ou civil) de Israel. Essa Lei foi dada pelo próprio Deus.

É cristão demonstrarmos entendimento e solidariedade, na face do arrependimento sincero. Na ausência desse, a Palavra nos manda até quebrarmos as associações de amizade (nem mesmo "comer" com o impenitente, para que ele, sacudido por esse terremoto social, se arrependa – 1 Co 5.11). Podemos (e com frequencia fazemos) quebrar os princípios de justiça de Deus, desprezando a disciplina; achando que são passos injustos; ou seja, querendo exceder a benevolência e benignidade de Deus - sermos mais caridosos do que ele nos manda ser. Quando isso ocorre no seio da família - expressamos um amor equivocado, não disciplinamos os filhos, criamos seres que desrespeitam a hierarquia e que se dão mal - no futuro. Quando fazemos no seio da igreja, contribuímos para a concretização de uma igreja doentia e conivente com o pecado.

O mesmo erro deve ser sempre penalizado de forma igual?
Um outro argumento utilizado pelos que querem enfatizar tão somente a igualdade dos pecados (não somente entre si, mas também quando cometidos por pessoas diferentes) é dizer que seria incoerência penalizar pessoas de forma diferente, desde que cometam o mesmo erro.

Como já vimos, não é isso o que ensina a Palavra nem o que registram as Confissões reformadas. Existe, sim, diferenciação de gravidade, mesmo tendo sido cometido o mesmo pecado. A questão é que o pecado não é só o incidente isolado (é até impossível se isolar um incidente), mas não pode ser ignorada a forma como ele afeta mais ou menos pessoas. Pecados cometidos por lideranças, são muito mais graves do que o mesmo pecado cometido por alguém que esteja sendo instruído na fé.

Pecados “mais” e “menos ruins”:
Existe um conceito relativo (do zero para baixo) nos pecados - com relação a ruindade intrínseca de cada um. Concordamos que qualquer pecado é suficiente para nossa condenação, mas temos que reconhecer que o que concebe, mas não pratica, pecou um pecado "menos ruim" do que aquele que o levou às suas últimas conseqüências. Quanto mais o pecado se alastra (como no caso de David, que tentava acobertá-lo) mais pessoas são atingidas e mais sofrimento é gerado.A parte prática está exatamente no dano que um líder causa, quando peca. Não é errado esperarmos um comportamento exemplar (no contexto de que somos todos pecadores) da parte do líder (1 Tm 4.12), pois assim a Palavra no direciona. O Salmista pede que nós não sejamos "causa de vergonha" (Sl 69.6). O dano ao evangelho é muito grande, quando o pecado está presente e é observado na vida do líder.

Ainda que todos os pecados sejam odiosos e suficientes para nos alijar da santidade de Deus, a não ser pela graça e misericórdia dele e pelo sacrifício de Cristo, existem pecados "mais ruins do que outros"; ou em circunstâncias "mais ruins do que outras". Se fôssemos diagramar os pecados, seria uma "plotagem" abaixo do eixo das abscissas - todos "abaixo de zero". Mas os pecados da liderança fazem “desencaminhar a muitos” e a muitos tropeçar na sua compreensão da lei de Deus, como nos diz Malaquias 2.7-8 - "Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos exércitos. Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei..."

Agravantes e atenuantes:
Na Igreja Presbiteriana do Brasil, em seu Código de Disciplina, há uma consideração sobre os "agravantes " e "atenuantes", com relação ao mesmo pecado, nos casos de disciplina. O texto completo, que fala das circunstâncias atenuantes e agravantes, é o seguinte:

(Art. 12) –
São atenuantes:
a) pouca experiência religiosa; b) relativa ignorância das doutrinas evangélicas; c) influência do meio; d) bom comportamento anterior; e) assiduidade nos serviços divinos; f) colaboração nas atividades da Igreja; g) humildade; h) desejo manifesto de corrigir-se; i) ausência de más intenções; j) confissão voluntária.
§2º -
São agravantes:
a) experiência religiosa; b) relativo conhecimento das doutrinas evangélicas; c) boa influência do meio; d) maus precedentes; e) ausência aos cultos; f) arrogância e desobediência; g) não reconhecimento da falta. Art.14 - Os Concílios devem dar ciência aos culpados das penas impostas: a) Por faltas veladas, perante o tribunal ou em particular; b) Por faltas públicas, casos em que, além da ciência pessoal, dar-se-á conhecimento à Igreja.

Conclusão:
Assim, creio que ser bíblico, prudente e necessário, concluirmos pela existência de distinção ou gradação de pecados, sem esquecer que todos eles são odiosos, perante Deus, e que mesmo o menor deles nos afasta de sua santidade e nos faz merecedores da condenação eterna.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Ministério Pastoral Está Mais Estranho do que Costumava Ser: O Desafio do Pós-Modernismo

Colaboração: Dc. Adman Pinto - UPH IPSBC

O Dr. Albert Mohler é o presidente do Southern Baptist Theological Seminary, pertencente à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos; é pastor, professor, teólogo, autor e conferencista internacional, reconhecido pela revista Times como um dos principais líderes entre o povo evangélico norte-americano. É casado com Mary e tem dois filhos, Katie e Christopher.

Hoje em dia, uma preocupação comum parece surgir onde quer que os ministros se reúnam: o ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser. Não que o ministério esteja mais difícil, mais cansativo ou mais exigente... está apenas diferente – e cada vez mais estranho.Esse sentimento de estranheza deve-se à propagação da cultura e da filosofia pós-modernista; provavelmente, o movimento cultural e intelectual mais importante do atual século XXI.

Que diferença o pós-modernismo tem causado? Para saber, basta olhar para a mídia moderna, para a cultura popular e para a forma como algumas pessoas arregalam os olhos, desconcertadas, quando falamos sobre a verdade, o sentido da vida e moralidade.

O pós-modernismo desenvolveu-se entre os acadêmicos e artistas, mas rapidamente se espalhou para toda a cultura. O pós-modernismo refere-se basicamente ao desaparecimento da modernidade e ao surgimento de um novo movimento cultural. A modernidade, cosmovisão dominante desde o Iluminismo, foi suplantada pelo pós-modernismo, que tanto amplia, como nega certos princípios e símbolos centrais da era moderna.É claro que muito da literatura a respeito do pós-modernismo é absurda e difícil de ser levada a sério. Quando a maioria dos personagens eminentes do pós-modernismo fala ou escreve, geralmente o resultado é uma linguagem inarticulada que se parece mais com um teste de vocabulário do que com um argumento bem fundamentado. No entanto, o pós-modernismo não deve ser deixado de lado como algo sem importância ou irrelevante. Essa não é uma questão de preocupação somente entre os acadêmicos e a vanguarda – esse novo movimento representa um desafio crucial à igreja cristã e ao pastor. Na verdade, o pós-modernismo pode não ser considerado como um movimento ou uma metodologia. Ele pode ser melhor descrito como uma disposição mental que se afasta das certezas da era moderna. Essa disposição mental é o cerne do desafio pós-moderno. O que delineia essa disposição mental pós-moderna? Esse novo movimento é útil para a nossa proclamação do evangelho? Ou a era pós-moderna traz um grande afastamento da verdade cristã? Uma olhada nos aspectos fundamentais do pós-modernismo pode ser útil.

A Desconstrução da Verdade

Ainda que a natureza da verdade venha sendo debatida ao longo dos séculos, o pós-modernismo tem transformado esse debate em seu carro-chefe. Embora a maioria dos argumentos ao longo da história tenha se focalizado nas afirmações antagônicas acerca da verdade, o pós-modernismo rejeita até mesmo a mera noção da verdade como algo imutável, universal, objetivo ou absoluto.

A tradição cristã compreende a verdade como algo estabelecido por Deus e revelado através da auto-revelação de Deus nas Escrituras. A verdade é eterna, imutável e universal. Nossa responsabilidade é regrar a nossa mente em conformidade com a verdade revelada de Deus e testemunhar essa verdade. Servimos a um salvador que identificou-se como sendo "o Caminho, a Verdade e a Vida" e exigiu fé nEle.

A ciência moderna, em si mesma um produto do Iluminismo, rejeitou a revelação de Deus como fonte da verdade e colocou o método científico em seu lugar. A modernidade tentou estabelecer a verdade baseada na precisão científica, através do processo do pensamento indutivo e da investigação. As outras disciplinas tentaram seguir o exemplo dos cientistas, estabelecendo uma verdade objetiva por meio do pensamento racional. Os modernistas estavam confiantes de que a sua abordagem produziria verdades universais e objetivas por intermédio da razão humana. Os pós-modernistas rejeitam tanto a abordagem dos cristãos quanto a dos modernistas no assunto da verdade.

Conforme a teoria pós-modernista, a verdade não é universal, não é objetiva ou absoluta e não pode ser determinada pelos métodos normalmente aceitos. Ao invés disso, os pós-modernistas argumentam que a verdade é construída socialmente, que ela é plural e inacessível à razão universal.Conforme afirma o filósofo pós-moderno Richard Rorty, a verdade é fabricada e não descoberta. De acordo com os desconstrucionistas, uma ramificação influente dos pós-modernistas, toda verdade é construída socialmente. Ou seja, os grupos sociais constroem a sua própria "verdade" para servir aos seus interesses.

De acordo com o argumento de Michel Foucault, um dos teóricos pós-modernistas mais importantes, toda reivindicação da verdade é construída para servir àqueles que estão no poder. Dessa forma, o papel do intelectual é desconstruir a reivindicação da verdade para libertar a sociedade.Aquilo que tem sido entendido e afirmado como sendo a verdade, declaram os pós-modernistas, nada mais é do que uma estrutura de pensamento conveniente, planejado para oprimir aqueles que não estão no poder. A verdade não é universal, porque cada cultura estabelece a sua própria verdade.

A verdade não é objetivamente real, pois toda verdade é meramente construída – como afirmou Rorty, a verdade é fabricada e não descoberta. Não é preciso ter muita imaginação para perceber que esse relativismo radical é um desafio direto ao evangelho cristão. A nossa reivindicação não é pregar uma verdade entre muitas. Não cremos que o evangelho cristão é uma verdade construída pela sociedade, mas sim a Verdade que liberta pecadores do pecado – e ela é objetiva, universal e historicamente verdadeira. E como o falecido Francis Schaeffer nos instruiu, a igreja cristã deve lutar pela verdade verdadeira.

A Morte da Metanarrativa

Visto que os pós-modernistas acreditam que toda verdade é construída socialmente, devemos resistir a qualquer apresentação de uma verdade absoluta, universal e estabelecida. Todas as vastas e maravilhosas asseverações acerca da verdade, do sentido da vida e da existência humana são rejeitadas como "metanarrativas" que reivindicam muito mais do que aquilo que podem oferecer.

Jean-François Lyotard, provavelmente o mais famoso pós-modernista europeu, definiu o pós-modernismo nestes termos: "Simplificando ao extremo, pós-modernismo é a incredulidade contra as metanarrativas".[i] Assim sendo, todos os grandiosos sistemas filosóficos estão mortos, e todas as asseverações culturais são limitadas; tudo o que resta são histórias aceitas como verdade por diferentes grupos e culturas. As afirmações sobre uma verdade universal – as metanarrativas – são opressivas, "totalitárias" e devem ser rejeitadas.

O problema nessa questão, é lógico, é que o cristianismo não faz sentido sem o evangelho – que é uma metanarrativa. Na verdade, o evangelho cristão é nada menos do que a Metanarrativa de todas as metanarrativas. Para o Cristianismo, abandonar a reivindicação de que o evangelho é uma verdade universal e objetivamente estabelecida é o mesmo que abandonar o ponto essencial da nossa fé. O cristianismo é a grandiosa metanarrativa da redenção.

Nossa história começa com a criação do Deus soberano e onipotente; continua por meio da queda da humanidade no pecado e da redenção dos pecadores por intermédio da obra substitutiva de Cristo na cruz; e promete um duplo destino eterno para toda a humanidade – os redimidos, para sempre com Deus, na glória; e os não-redimidos, no castigo eterno.

Essa é a mensagem que pregamos – e ela é uma metanarrativa gloriosa e transformadora de vidas.Não pregamos o evangelho como se fosse uma narrativa dentre muitas narrativas verdadeiras ou como a "nossa" narrativa, paralelamente às narrativas autênticas dos outros. Não podemos recuar, afirmando que a verdade bíblica é simplesmente para nós. A nossa reivindicação é que a Bíblia é a Palavra de Deus para todos. Isso é profundamente ofensivo para a cosmovisão pós-modernista, que ataca, com imperialismo e opressão, a todos quantos asseveram verdades universais.

O Falecimento do Texto

Se a metanarrativa está morta, logo, os maravilhosos textos por detrás das metanarrativas também estão mortos. O pós-modernismo afirma que é uma falácia atribuir significado a um texto, ou mesmo ao que o autor disse. O leitor é quem estabelece o significado, e nenhum controle limita o significado da leitura.

Jacques Derrida, líder da literatura desconstrucionista, descreve essa mudança nos termos "morte do autor" e "morte do texto". O significado fabricado, mas não descoberto, é criado pelo leitor no ato da leitura. O texto deve ser desconstruído para que possa libertar-se do autor e permanecer um texto vivo, como uma palavra livre. Esse novo método de hermenêutica explica muitos dos correntes debates na literatura, na política, no direito e na teologia. Todos os textos – quer sejam as Sagradas Escrituras, a Constituição dos Estados Unidos ou as obras de Mark Twain – são submetidos ao criticismo e à dissecação esotérica, tudo em nome da libertação.

Segundo os pós-modernistas, os textos revelam uma mensagem oculta, com intenções opressoras da parte do autor e, por essa razão, devem ser desconstruídos. Essa não é uma mera questão de importância acadêmica. É o argumento por detrás das muitas interpretações contemporâneas da Constituição, feitas pelos juízes; das apresentações dos assuntos na mídia e da fragmentação da erudição bíblica moderna.

O surgimento de escolas de interpretações voltadas para grupos de interesse como o das feministas, dos liberalistas, dos homossexuais e vários outros é a questão central desse princípio pós-moderno.Conseqüentemente, a Bíblia é submetida à uma reinterpretação radical, geralmente com pouca ou nenhuma consideração pelo significado óbvio do texto ou pela intenção evidente do autor humano. Os textos que não agradam a mente pós-modernista são rejeitados como opressivos, patriarcais, heterossexuais, homofóbicos ou deturpados por outros preconceitos ideológicos ou políticos.

A autoridade do texto é negada em nome da libertação, e as interpretações mais fantasiosas e ridículas são celebradas como "convincentes" e até mesmo "autênticas". É claro que a noção de "morte do autor" assume um significado completamente novo quando aplicado às Escrituras, pois reivindicamos que a Bíblia não é meramente palavras de homens, mas sim a Palavra de Deus.

A insistência pós-modernista na morte do autor é inerentemente ateísta e anti-sobrenatural. A reivindicação de uma revelação divina é descartada como apenas mais uma das exteriorizações do poder opressivo. Quando a verdade é negada, o que prevalece é a terapia. A questão crucial muda de "O que é a verdade?" para "O que faz com que eu me sinta bem?".

Essa tendência cultural tem se desenvolvido ao longo do século, mas agora tem alcançado proporções épicas.A cultura que confrontamos está quase que completamente submissa ao que Philip Reiff chamou de "triunfo da terapêutica". Num mundo pós-moderno, todas as questões acabam girando em torno do eu. Portanto, tudo o que resta como alvo de muitas abordagens educacionais e teológicas é elevar a auto-estima. Categorias de palavras como "pecado" são rejeitadas como opressivas e prejudiciais à auto-estima.

As abordagens terapêuticas são dominantes numa cultura formada de indivíduos que não têm sequer a certeza de que a verdade existe – mas que estão convictos de que nossa auto-estima deve permanecer intacta. O certo e o errado são descartados como lembranças obsoletas de um passado opressivo. Em nome de nossa própria "autenticidade", rejeitaremos todos os padrões morais inconvenientes e substituiremos a preocupação com o certo e o errado pela afirmação dos nossos direitos.

A Teologia é igualmente reduzida à terapia. Sistemas teológicos inteiros, bem como suas abordagens, são construídas de modo a reduzir o seu alvo a nada mais do que à elevação da auto-estima de indivíduos e grupos especiais. Essas teologias do "sentir-se bem" dispensam a "negatividade" dos textos bíblicos ofensivos ou até mesmo a Bíblia inteira.

Categorias de palavras como "perdição" e julgamento ficam de fora. No lugar delas estão as vagas noções sobre aceitação sem arrependimento e completude sem redenção. Podemos não saber (ou nos importar) se somos salvos ou perdidos, mas certamente nos sentimos bem melhor acerca de nós mesmos.

O Declínio da Autoridade

Visto que a cultura pós-moderna está comprometida com uma visão radical de libertação, todas as autoridades devem ser subvertidas. Dentre todas as autoridades destronadas estão: textos, autores, tradições, metanarrativas, a Bíblia, Deus e todos os governos no céu e na terra.

Exceto, é claro, a autoridade dos teóricos pós-modernistas e dos personagens eminentes da cultura, que exercem o seu poder em nome dos povos oprimidos em toda parte.Segundo os pós-modernistas, aqueles que estão em posição de autoridade utilizam seu poder para continuarem no poder e servirem aos seus próprios interesses. Suas leis, tradições, textos e "verdade" nada mais são do que aquilo que é projetado para mantê-los no poder.Assim, a autoridade dos líderes governamentais passa a ser corroída, da mesma forma como a autoridade dos professores, dos líderes comunitários, dos pais e dos pastores.

Enfim, a autoridade de Deus é rejeitada como sendo totalitária e autocrática. E como os pastores são representantes dessa deidade autocrática, devemos resistir à autoridade deles de igual modo. Doutrinas, tradições, credos e confissões de fé – tudo deve ser rejeitado e taxado como algo que limita a auto-expressão e representa &a autoridade opressiva.

Os pregadores são tolerados, contanto que apóiem as mensagens terapêuticas que elevam a auto-estima; e resistidos, sempre que introduzem reivindicações sobre a autoridade divina ou à verdade universal em seus sermões.

A Destituição da Moralidade

Ivan, na novela de Fyodor Dostoyevsky, Os Irmãos Karamasov, estava certo; se Deus está morto, tudo é permissível. O Deus permitido no pós-modernismo não é o Deus da Bíblia, mas sim uma vaga idéia de espiritualidade. Não há tábuas da lei, nem os Dez Mandamentos... não há regras. A moralidade, juntamente com outros alicerces culturais, é descartada como opressiva e totalitária. Um relativismo moral abrangente é a marca da cultura pós-moderna. Não estou dizendo que os pós-modernistas relutam em utilizar uma linguagem moral. Ao contrário, a cultura pós-modernista está recheada de discurso moral.A homossexualidade, por exemplo, é abertamente defendida e aceita.& O avanço dos estudos sobre gays e lésbicas nas universidades, o aparecimento do poder político homossexual e as imagens eróticas homossexuais, agora comuns na cultura popular, marcam essa dramática reviravolta moral. A homossexualidade não é mais considerada um pecado. A homofobia é criticada como se fosse pecado, e as reivindicações por tolerância aos "estilos de vida alternativos" agora se transformaram em reivindicações públicas para a celebração de& todos os estilos de vida como moralmente iguais.Michael Jones descreveu a modernidade como "promiscuidade sexual racionalizada", e a pós-modernidade é a sua extensão lógica. Michael Foucault, que argumentou que toda moralidade sexual é um abuso de poder, clamou para que o pós-modernismo celebrasse a "perversidade polimorfa". Ele viveu e morreu dedicando-se a esse estilo de vida, e sua profecia tem se cumprido nesta década.

O Ministério Cristão numa Era Pós-moderna

O pós-modernismo representa o único desafio a ser encarado pelo Cristianismo nesta geração. Walter Truett Anderson descreveu a realidade pós-moderna em seu engenhoso livro Reality Isn't What it Used to Be (A Realidade não é Como Costumava Ser).[ii]

Esta é a reivindicação central do pós-modernismo: a realidade não é o que costumava ser, e jamais o será novamente. Agora, a humanidade é maior de idade; faremos nossa própria verdade; definiremos nossa própria realidade e nos empenharemos pela nossa auto-estima.

Nessa cultura, o ministério pastoral é mais estranho do que costumava ser. Atualmente, os conceitos pós-modernos de verdade reinam na era pós-moderna, e até mesmo nos bancos das igrejas pós-modernas. Pesquisas indicam que a maioria crescente daqueles que professam ser cristãos rejeitam até mesmo a noção de uma verdade absoluta.

A "morte do texto" fica evidente pela resistência à pregação bíblica em muitas igrejas. Os ouvidos pós-modernos não querem mais ouvir o "assim diz o Senhor" do texto bíblico. Uma vez que a verdade é fabricada e não descoberta, podemos projetar a nossa própria religião ou espiritualidade pessoal e omitir doutrinas e mandamentos morais inconvenientes. O pós-modernismo promete que o indivíduo pode construir uma estrutura pessoal de espiritualidade, livre de interferências ou autorização externas. Sob o lema: "Não existe outra verdade como a minha verdade", as crianças do pós-modernismo estabelecerão seu próprio sistema doutrinal e desafiarão a correção.Gene Veith, deão da Faculdade Ciências Humanas, na universidade de Concórdia, contou-nos sobre um jovem que afirmava ser cristão, professava crer em Cristo e amava a Bíblia, mas também cria na reencarnação. Seu pastor confrontou sua crença na reencarnação dirigindo o jovem para Hebreus& 9.27.

O texto foi lido: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo". O jovem voltou o olhar para o seu pastor e respondeu: "Bem, essa é a sua interpretação".[iii]

Em nome do pós-modernismo, qualquer coisa pode ser explicada como uma questão de interpretação. O conceito dos jogos de linguagem wittgenstein declara que cada sentença deve ser avaliada com cuidado. Um conceito tão claro e óbvio como a primeira linha do Credo Apostólico: "Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra" deve ser analisado nos termos das intenções do falante. Essa confissão assevera a crença de que Deus é, de fato, o criador do céu e da terra ou essa afirmação é um mero sentimento pessoal?

A estranheza do ministério pastoral na era pós-moderna pode ser vista em estudos bíblicos que não estudam a Bíblia, mas são exercícios psicológicos de auto-conhecimento, com o tipo de moralidade self-service, praticada por muitos membros de igreja; e a crescente aceitação de outras religiões como caminhos válidos para a salvação.

A cultura moderna é revoltada contra a verdade, e o pós-modernismo não é nada senão a forma mais recente dessa revolta. Nesses tempos estranhos, o ministério pastoral clama por convicções não diluídas e por uma apologética fiel. As tentações para comprometer a mensagem são grandes, e a oposição que se levanta contra todo aquele que tem a pretensão de pregar a verdade absoluta e eterna é severa. Entretanto, essa é a tarefa da igreja cristã.Precisamos compreender o pós-modernismo, ler os escritos de seus teóricos e aprender sua linguagem. Isso é muito mais um desafio missionário do que um exercício intelectual.

Não podemos nos dirigir a uma cultura pós-moderna a menos que entendamos sua mente.Devido a sua própria natureza, o pós-modernismo está condenado à auto-destruição. Seus princípios centrais não podem ser aplicados de maneira consistente. (Apenas peça para que um acadêmico pós-moderno aceite "a morte do texto" nas cláusulas de seu contrato). A igreja deve continuar a ser o povo da verdade, apegando-se às reivindicações de Cristo, e batalhando pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. O pós-modernismo rejeita qualquer menção a uma verdade que foi entregue "uma vez por todas", mas a igreja não pode comprometer o seu testemunho.

O ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser. No entanto, esta é uma era de grandes oportunidades para evangelização, pois à medida que os deuses do pós-modernismo morrem, a igreja testemunha a Palavra da Vida. Em meio à uma era pós-moderna, nossa tarefa é testemunhar a Verdade e recolher os cacos à medida que a cultura se despedaça.

[i] Jean-Francois Lyotard, The Postmodern Condition: A report on Knowledge, trans. Geoff Bennington and Brian Massumi, "Theory and History of Literature," vol. 10. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984. p. 24.

[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it Used to Be. San Francisco: Harper and Row, 1990.

[iii] Gene Veith, "Catechesis, Preaching, and Vocation," in Here We Stand, ed. James Boice and Ben Sasse. Grand Rapids: Baker Book House, 1996. pp. 82-83.

________________________________Traduzido por: Waléria CoicevRevisão: Tiago SantosCopyright © R. Albert Mohler Jr.Traduzido do original em inglês: Ministry is stranger than it used to be: The Chalange of Postmodernism (http://www.albertmohler.com/).

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sobre a Crise Financeira (3 de 3)




Solano Portela, do blog http://tempora-mores.blogspot.com

Diante do cenário e das questões que foram expostas nos dois últimos posts, concluímos:

  1. Mais controle governamental, ou volta às responsabilidades básicas do governo?Vivemos em um mundo caído em pecado. A ganância, a cobiça, o amor ao dinheiro sempre se constituirão em fortes tentações. Sempre darão oportunidade dos ricos e poderosos oprimirem os mais fracos. Por isso, em paralelo às garantias de liberdade e de livre iniciativa, o governo deve também proteger os cidadãos comuns da injustiça e da desonestidade. Nisso, nada mais fará do que voltar às suas responsabilidades básicas, recebidas de Deus. Mas isso não significa uma carta branca ao intervencionismo de toda sorte. Não representa uma ressurreição do socialismo moribundo.
  2. A esfera econômica também pode ser palco de violência e de injustiça.Por princípio, e por acreditar que esse é o projeto encontrado na Bíblia, sou avesso à grande maioria dos controles governamentais que se aceitam com naturalidade nos dias atuais. O propósito do Governo é dar garantia à segurança dos cidadãos para que eles possam desenvolver, em condições de igualdade e justiça, suas desigualdades e seus potenciais com o máximo de respeito ao próximo e em obediência à autoridade que os garante (Romanos 13.1-7). Mas essa tarefa requer, por vezes, a colocação de controles na sociedade – e na esfera econômica, exatamente para proteger os inocentes. Por exemplo, nenhum defensor de um papel reduzido ao governo, deveria ser contra a existência de sinais de trânsito. Mas isso não é extrapolar as funções do governo? Não! Ao ordenar o tráfego, ele protege as pessoas umas das outras; deve ter condições de punir os avançadores de sinais e de reconhecer os que os respeitam.
  3. Proteção aos inocentes e a punição dos maus.Assim, no mercado financeiro, algumas diretrizes que limitem a exposição indevida aos créditos de risco, estarão alinhadas exatamente com a proteção dos inocentes. Por outro lado, o resgate dos maus, com os bons pagando a conta, é uma inversão de valores e não pode se entrar nessa situação apressadamente, a não ser que uma profunda análise revele a medida necessária para a proteção dos que praticam o bem. Cabe ainda, ao governo, prevenir o crime, identificar e punir os malfeitores. Os governantes, como ministros de Deus, devem valorizar (e não sufocar em impostos) aqueles que “trabalhando sossegadamente” procuram ganhar o seu pão (2 Tessalonicenses 3.12). Em paralelo não podem deixar impunes aqueles que se aproveitam de situações, ou do poder que detêm, para enriquecimento pessoal ilícito, muitas vezes sugando dos que pouco têm.
  4. O anseio por estabilidade. No início desses ensaios, dissemos que instabilidade era a palavra da vez (com todas as suas derivativas: volatilidade, desconfiança, falta de credibilidade, insegurança, etc.). Nesse sentido, todo esse turbilhão financeiro vem demonstrar a bênção que é a estabilidade, tão rapidamente abalada. No Brasil, chegamos a quase nos acostumar com uma forma de vida mais economicamente estável, em função da solidez da moeda e de uma situação econômica favorável ao crescimento, experimentada nos últimos anos. É verdade que o aperto financeiro em nosso bolso nunca foi aliviado, mas passamos a planejar com mais tranqüilidade e, ingenuamente, passamos a achar que a estabilidade era permanente. Chegamos a arquivar os pacotes econômicos, como coisas do passado. É fácil enganarmo-nos a nós mesmos, mas uma simples olhada na história demonstrará como instabilidade é a norma nesse mundo. A capa da revista TIME, ao lado, não diz respeito a esta crise, mas à de 1987 - quase tão grave quanto a atual. Nossa memória é curta.
  5. O choque de instabilidade. Na atual conjuntura, já é possível antever: desaquecimento do mercado, menos vendas, contenção de despesas nas empresas, recessão, desemprego, incerteza em nosso dia-a-dia, instabilidade. De uma certa forma, nos sentimos espoliados em uma conquista que julgávamos alcançada. Com freqüência as pessoas se consideram aventureiras e corajosas, mas por que será que a estabilidade é algo tão almejado e perseguido? Por que as pessoas anseiam por uma repetibilidade das circunstâncias, pela condição de poderem planejar?
  6. Estabilidade é característica divina. Estabilidade é uma característica divina, por isso ela é uma bênção. Deus é estável. O pecado é fator de instabilidade. Deus é previsível. Satanás é enganador e astuto. A criação geme, sob o domínio do pecado. Deus instala a ordem no meio do caos. A mensagem de Deus é construtiva, no meio da turbulência. O plano de salvação é seqüencial, lógico e progressivo. Da morte espiritual, pela justificação procedente de Jesus Cristo, passamos à vida e, em santificação, aguardamos a glorificação e comunhão eterna com o Pai. A Palavra de Deus ensina estabilidade de vida, a estabilidade da família, a estabilidade da sua Igreja. Estabilidade podemos esperar de Deus, e só dele: o mais está fadado à desilusão.
  7. Vivendo estavelmente em um mundo instável. Deus prepara os seus servos para viverem estavelmente em um mundo instável. Jesus intercedeu não para que fôssemos tirados do mundo, mesmo com suas instabilidades e perigos, mas para que pudéssemos ser livres do mal. Na realidade, somos comissionados com a mensagem da estabilidade do evangelho, como embaixadores de um país celestial, no qual não existem pacotes, e os tesouros não são corrompidos pela inflação, especulação ou mal-versação; onde não existem crises, nem turbilhão financeiro. Serenidade e confiança em Deus é o remédio para os sobressaltos desta vida. A estabilidade que o mundo e os governantes nos oferecem, é passageira, é enganosa, é traiçoeira. A paz que recebemos de Jesus, difere da obtida do mundo: ela tem o efeito de serenar os nossos corações.
  8. Enfrentando quaisquer crises. Como enfrentar esta e outras crises? Com a paz de Deus em nossos corações, com a confiança de que ele reina e está em controle de tudo e de todos, com a certeza de que a vitória final é dele e de seus servos. O que pedir a Deus, para os anos à frente? Devemos estar orando para que ele possa atuar em nosso país, derramando a sua graça comum, para que a estabilidade, tão característica de sua pessoa, seja parte de nossa experiência e peregrinação, por onde ele nos guiar. Nessa crise, acima de tudo, além de contabilizarmos as perdas (agora, ou no futuro) façamos um balanço da nossa alma, dos nossos objetivos e de nossas motivações. Aprendamos com as circunstâncias, pois o Deus da providência nos ensina através das situações em que ele nos coloca."Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus". Filipenses 4.6,7.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre a Crise Financeira (2 de 3)

Uma visão cristã do turbilhão financeiro de 2008

Por Solano Portela (do blog tempora-mores.blogspot.com)

Desta vez queremos examinar o que a Bíblia pode nos ensinar sobre essa crise financeira.

1. A Atitude dos que não temem a Deus:

Em um filme famoso, exatamente sobre o mercado de capitais – “Wall Street” (1987, com Michael Douglas e Charlie Sheen) – o personagem de Douglas, Gekko, dá a seguinte instrução: “a ganância é uma coisa boa, é algo certo, e funciona” (“greed is good, greed is right, greed works”)! No dia 17 de outubro de 2008 – no auge da crise – o conhecido bilionário, investidor e também filântropo, Warren Buffet, em um artigo publicado no New York Times (http://www.cnbc.com/id/27231171/) escreveu o seguinte conselho: “Tenha medo quando os outros forem gananciosos e seja ganancioso quando os outros tiverem medo”. Ambos conselhos são contrários à visão de mundo e vida ensinada por Deus. A questão da ganância está na raiz da crise financeira de 2008! Temos aqui um exemplo vivo da postura de inversão de valores e de arrogância, condenada por Isaías (5.20 e 21): “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridão luz e da luz, escuridão; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito”!

2. A forma de vida que agrada a Deus:

A Bíblia tem vários trechos relevantes ao nosso entendimento da situação; muitos que alertam contra a ganância e a cobiça. Um desses principais trechos pertinentes é 1 Timóteo 6.6-11. Nele o experiente e consagrado apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem Timóteo, está ensinando pelo menos seis coisas;

(1) Qual o Lucro REAL? O que é que realmente conta em nossas vidas? (v. 6 – “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento”): é a devoção a Deus (piedade); é o contentamento nas coisas de Deus. Quando colocamos as questões materiais como prioritárias em nossas vidas, estamos desviando o foco da nossa existência, a razão do nosso ser. Estamos no caminho da decepção, da amargura, da tristeza, pois a nossa confiança estará em coisas que não têm lastro real. Deus é alicerce seguro, em qualquer situação.

(2) Somos peregrinos nessa Terra (v. 7 – “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele”): é verdade que Deus nos concede bênçãos materiais, mas nada levamos deste mundo. Quando temos essa percepção, nos tornamos menos apegados às coisas materiais; compreendemos a razão do lucro real que ele vem falando.

(3) Devemos viver com frugalidade (v. 8 – “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”): Desejemos as coisas básicas da vida e não seremos frustrados em nossas expectativas; essas nos são prometidas por Deus, como fruto de seu amor e benevolência (Mateus 6.28-32), pois ele sabe que precisamos delas. Mas as coisas do chamado “mercado de luxo”, são, realmente, necessárias? Onde está a base de nossa alegria? Nas coisas materiais, nos ganhos financeiros para comprarmos mais coisas?

(4) A cobiça é um pecado muito perigoso (v. 9 – “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição”): O desejo da riqueza leva a tentações; essas tentações são ciladas, armadilhas, aprisionam e tiram a liberdade. A cobiça é campo gerador de novos desejos insanos (concupiscências insensatas), que são maus em si mesmos (perniciosos); tudo isso, termina por afogar as pessoas na ruína e na perdição.

(5) Cuidado com o amor do dinheiro (v. 10 – “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”): Esse amor é raiz de todos os males. Note que a raiz não é o dinheiro em si – um meio de interação social e transação de ativos, mas o amor, o apego ao dinheiro. A cobiça leva ao desvio da fé, pois a confiança passa a ser exercitada no dinheiro, no poder, em vez de em Deus. O resultado dessa inversão, desse apego, é muito sofrimento e tormento para aqueles que caem nessa armadilha.

(6) Devemos, portanto, fugir de tudo isso (v. 11 – “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”): Nosso dever é seguir a justiça, as coisas certas, apropriadas. Isso implica na existência de padrões, de absolutos, da distinção entre verdade e mentira. Ele repete que devemos seguir, em adição, a devoção a Deus (piedade). O outro alvo é a fé (a confiança em Deus, somente), seguido do amor e da constância. O servo de Deus firma-se na constância e estabilidade de Deus, portanto, não deve oscilar entre duas posições. Não deve se sobressaltar com as circunstâncias; não deve assustar aos seus. Por último, temos a mansidão como alvo. Não devemos nos exasperar, ou nos irritar com as circunstâncias. Em Deus encontramos a fonte de nossa mansidão.

3. Outros alertas contra cobiça:

Existem muitos outros trechos que alertam contra a cobiça, contra a avareza, contra o apego ao dinheiro. Todos esses são pertinentes alertas aos dias que atravessamos, por exemplo:

Colossenses 3.5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria.

Lucas 12.15 Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.

Salmo 10.3 Pois o perverso se gloria da cobiça de sua alma, o avarento maldiz o SENHOR e blasfema contra ele.

4. Outros ensinamentos, na Bíblia, sobre questões econômicas:

Mas é verdade, também, que o ensino da Bíblia nas questões econômicas é muito mais amplo do que isso. Numa era onde temos a propensão a concentrar os nossos olhos nos que nos cercam, em vez de em nossas atitudes, temos, por exemplo, um alerta contra inveja da prosperidade alheia, indicando que essa atitude nos leva perto da queda:

Salmo 73.2-3 Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos.

Temos a reafirmação do direito de propriedade, e o oitavo mandamento, “não furtarás” (Êxodo 20.15) é o fundamento disso.

Temos até indicação de que o ato de investir e multiplicar o capital não é errado em si, em duas parábolas relatadas em Mateus 25.14-30 e Lucas 19.11-27 (sabemos que o propósito das parábolas era o de ensinar que Deus nos colocou nesse mundo de incertezas para fazer a obra dele, do Seu Reino, mas ele ensina isso mostrando a propriedade da interação com as atividades financeiras e comerciais do dia-a-dia).

Nessas parábolas é mencionada até a propriedade de colocar o dinheiro na mão de bancos e de banqueiros (Mateus 25.27 e Lucas 19.23: “cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu”; e “por que não pusestes o meu dinheiro no banco? E então, na minha vinda, o receberia com juros”).

Entretanto, é interessante observar, que colocar no banco era o pior tipo de investimento – o melhor era fazer o capital trabalhar produtivamente.A verdade é que Deus construiu, igualmente, alguns princípios inexoráveis de causa e efeito, entrelaçando a moralidade e ética com economia.

Quando esses princípios são quebrados, o pedágio é cobrado com intensidade avassaladora. Em Deuteronômio 28.15 lemos: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão”.

E, mais adiante, vejam as conseqüências (28.43-44): “O estrangeiro que está no meio de ti se elevará mais e mais, e tu mais e mais descerás. 44 Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda”. Adam Smith em seu tratado “A Riqueza das Nações (1776), ao falar da “mão invisível do mercado”, que pune os excessos e quebra os gananciosos – como estamos testemunhando no presente – reflete exatamente que existem princípios éticos e lógicos na esfera da economia. Esse é também o ensino de Deus.

5. O ponto no qual devemos nos concentrar:

Mas esta é questão principal, nessa crise e nessa área: É suficiente apontar a crise como resultado da cobiça e da especulação dos outros? É correto atribuir essa situação, assepticamente à estrutura econômica do mundo ocidental, na ilusão de que um outro sistema econômico a impediria? Será que não podemos, apenas, segregar e atribuir a culpa à suposta maldade inerente ao sistema financeiro, ou aos bancos e banqueiros?Estaremos errando o alvo se não nos convencermos que o problema está inerentemente no ser humano.

A cobiça está no coração da natureza humana e devemos pedir a Deus que nos livre dela. A cobiça e a ganância são, certamente a raiz da crise que atravessamos, mas visualizemos ela nas pessoas, e não nos desviemos pensando que são as estruturas impessoais que as abrigam.

Pessoas que emulam o Gekko, ou que seguem os conselhos de Buffet.A cobiça aparece em toda a sua forma monstruosa quando essas pessoas procuram ganhos irreais, à custa de outras; que se abrigam e se fortalecem com seus ganhos ilegítimos. Devemos, portanto, “fugir dessas coisas”, como Paulo alerta a Timóteo, seguir “a justiça,a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sobre a Crise Financeira (1 de 3)

por Solano Portela (do blog tempora-mores.blogspot.com)
Como não sou profissional de investimentos de risco, incluo-me na categoria do leigo que tenta entender o furacão financeiro que veio, não tão inesperadamente assim, sobre todo o mundo. Sinais de alerta já existiam há vários meses. Os sismólogos econômicos chamaram atenção para o tsunami configurado no colapso do bolsão imobiliário dos Estados Unidos, há mais de um ano; e os trovadores do caos já cantavam odes de desespero, ecoando os prognósticos pessimistas dos financistas, mesmo antes das bolsas despencarem violentamente neste setembro negro e neste outubro vermelho.Mas a realidade é que ninguém, mas ninguém mesmo, aquilatou o tamanho da crise financeira que tomou de assalto as manchetes e os noticiários dos últimos dias; crise que assaltou, literalmente, o bolso de milhões de investidores e que vai levando de roldão corporações imensas à falência. Ninguém fez qualquer previsão parecida com as conseqüências conjunturais, que poderão atingir pessoas, comuns, que nunca passaram perto de um mercado de ações; aquelas pessoas que quando ouvem alguém dizer, “a bolsa caiu”, olham ao lado procurando ajudar a mulher que a derrubou no chão.É possível que todos nós sejamos atingidos, de uma maneira ou de outra, e não devemos nos enganar: essa crise de 2008 pode perturbar nossa vida com muito mais intensidade do que estamos imaginando agora. E não sabemos ainda o fim da história. Em 13 de outubro de 2008, após governos europeus se comprometerem a jogar mais de um trilhão de dólares nas instituições financeiras, houve uma ascensão momentânea nas bolsas e um tênue suspiro de otimismo; mas logo nos dias seguintes as quedas catastróficas vieram a se repetir. Tudo isso atesta a instabilidade inerente a todo o sistema. Instabilidade é, realmente, a palavra da vez e o comportamento dos mercados e das instituições parecendo uma “montanha russa”, ou a queda em um poço que não parece ter fundo, não resulta em nenhuma segurança às empresas e às pessoas.Como entender o que está acontecendo? Será que isso tem algo, mesmo, a ver comigo? Será que eu não posso simplesmente fazer coro com a maioria: xingar os bancos, as financeiras e os banqueiros, ou os Estados Unidos – como culpados por toda essa desorganização, como fruto de sua ganância desvairada? Será que eu devo clamar por mais regulamentação governamental? Devo “vender” mais um pedaço de minha escassa liberdade ao estado, para que ele decida o que é melhor para minha vida? Será que a Bíblia e os ensinamentos divinos têm algo a dizer, ou a esclarecer sobre esta Crise; ou a me auxiliar no entendimento?

ENTENDENDO A CRISE

1. A Bolha Imobiliária: A essas alturas todos sabem que uma das grandes causas da crise foi o bolsão de negócios imobiliários realizados nos Estados Unidos nos últimos anos. Não estamos falando de grandes cadeias de shopping-centers sendo construídos por empreendedores que merecem cadeia, nem de milhares de prédios inteligentes, construídos por burros de alto-luxo. Mas sim de centenas de milhares de casas construídas e vendidas com um mínimo de critério de crédito (muitas vezes, sem critério), para ávidos compradores pulverizados em todo o território norte-americano. Créditos com a garantia do próprio imóvel, que entravam a preços inflados pelo próprio aquecimento do mercado, mas que nada garantem quando ninguém compra mais nada e os preços despencam.

2. O Abuso dos Créditos de Risco: Nesse ritmo, casas foram vendidas a compradores que, aliciados pelas facilidades e com os olhos vidrados no status, se comprometiam com valores significativamente acima da sua capacidade de pagamento. Pior que isso, pessoas que moravam em casas quase pagas, sendo bombardeadas diariamente e caindo na esparrela de refinanciarem seus imóveis, colocaram no bolso “cash” a ser gasto em Hummers, em relógios e roupas de griffe, em itens totalmente supérfluos às necessidades básicas da vida. Passavam, assim, a dever por suas residências quantia bem maior do que o valor real delas.

3. A alavancagem das instituições Financeiras: Os Bancos financiavam em ritmo crescente, comprometendo-se absurdamente acima do seu patrimônio. O Lehman Brothers, famoso banco que quebrou – suas ações despencaram 98% em valor de um dia para o outro, estava com o patrimônio comprometido – alavancado – em 35 para 1 (emprestou 35 dólares, para cada dólar do seu patrimônio). As carteiras de recebíveis desses empréstimos foram sendo vendidas de banco para banco, cada qual com seus ganhos, ágios e deságios – distanciando-se cada vez mais dos devedores originais. A criatividade dos bancos para aliciar e emprestar foi só superada pela irresponsabilidade e ganância dos tomadores de empréstimos – satisfeitos por acharem quem atendesse os seus anseios. Essa enorme carteira de dívidas de quem não pode pagar constituem o que é chamado de créditos “sub-primes”, e esses papéis corriam de mão em mão no mundo das finanças. Papéis pelos quais se pagavam somas substanciais, mas que no mundo real nada mais valiam. Uma pergunta que não quer calar: Por que bancos emprestam, ou negociam com quem não pode pagar? Resposta – porque essas negociações dão a impressão (e provocam registros) de crescimento do negócio! Os executivos de topo recebem polpudos bônus com o incremento dos negócios! Ganância passa a ser a motivação (e não a saúde financeira, ou perenidade da instituição). Quando a inadimplência começa a aumentar (nesses últimos meses, exponencialmente), o falso crescimento fica evidente, há um brusco retorno à realidade, instala-se a crise!

4. O excesso de dólares no mercado: Por mais atacado e combalido, o dólar continua sendo a moeda internacional. Acredito que um dos grandes incentivadores dos negócios arriscados dos bancos, foi a abundância de dólares nessas instituições, provenientes dos poucos, mas importantes, detentores do negócio de petróleo. Em 1973 o barril de petróleo custava de 6 dólares. Em poucos meses, passou a 14 dólares. O que aconteceu? Ficou mais caro de ser extraído? Foi feito um fundo de reserva para pesquisa e desenvolvimento de veículos ecologicamente corretos e mais eficientes? Não – apenas cartelizou-se o mercado com a fundação da OPEP – Organização dos países produtores de petróleo. Daí para frente, passando a dar as cartas, o mundo viu (e pagou) o preço do barril flutuando entre 15 e 25 dólares, atingindo um pico de 38, em 1981, retroagindo um pouco, mas voltando a ascender gradativamente em 2003. Em 2007 o barril estava a 60 dólares. Em 2008 – o mesmo barril, ou seja, com o mesmo conteúdo (e com os mesmos custos anteriores de produção) atingia 140 dólares! Inflação mundial? Não, exploração de quem detém um mercado cativo; pura e simples ganância! E para onde foi todo esse excesso de dólares, confiscados de cada proprietário de veículo ao redor do mundo? Para melhoria dos povos dos países produtores? Não! A miséria da Venezuela e o despotismo dos países Árabes estão aí de prova que não foi para “distribuição de renda”. Além de alimentar o egocentrismo e tirania de alguns e de ajudar a armar a Venezuela, esses dólares foram para os Bancos. Lá, eles têm que ser remunerados; têm que ser aplicados. Em que? Em qualquer coisa – dêem-me tomadores de dinheiro emprestado, quer eles precisem quer não, pois o dinheiro não pode ficar parado. Financiem-se construções; criem-se mercados; incentivem-se os devedores – a festa começou! Em 16 de outubro de 2008, no meio da corrente crise, depois do estouro da bolha, o barril chegou a 69,85 dólares – metade do preço de alguns meses atrás!

5. Ações acima do valor patrimonial das empresas – Capital fácil flui também para o mercado de ações. “Descola-se” o papel da realidade da empresa. Como o negócio é comprar e vender – e em um mercado de capital frouxo, mais comprar do que vender, os preços começam sua ascensão. Dinheiro é desviado de empresas, onde deveria estar financiando a capacidade produtiva, para especular com a bolsa e outras aplicações de risco. É mais fácil e mais rápido ganhar dinheiro lá, do que vendendo produtos, cuidando de problemas de qualidade, etc. A empresa passa a ser apenas mais uma levantadora de financiamentos, junto à rede bancária e às linhas oficiais de créditos subsidiados – geralmente destinados à exportação, recursos que foram redirecionados ao mercado especulativo. Quando a bolha estoura, as ações sofrem um choque de realidade, voltam inicialmente ao valor patrimonial – mas como não existem compradores, e todos querem vender, pois precisam de dinheiro, elas continuam baixando, sem limites mínimos. Assim, o dinheiro vira pó; as perdas não podem ser repostas; os financiamentos obtidos para especular permanecem pendentes, devendo ser pagos! O resultado são aqueles homenzinhos vestidos de laranja gritando ferozmente uns para os outros, berrando aos celulares, suando em frente aos computadores; olhando hipnotizados àquelas linhas de informações projetadas em telões, criptografadas aos demais mortais, mas que trazem notícias mortais a empresas e pessoas.

6. O estouro da boiada – Só na Espanha existem os loucos que adoram bois raivosos e sem controle chifrando o povo pelas ruas, mas no mundo da economia globalizada, o estouro da boiada é cruel e faz vitimas fatais. No clima de salve-se quem puder, some a confiança. Os Bancos retêm o capital que restou e não emprestam mais aos outros bancos, nem às empresas viciadas em financiamento fácil. Dobram-se as garantias. As empresas têm que produzir duas vezes mais, para gerar bens, que vão gerar papeis, que serão trocados, em financiamentos, por metade ou um terço do valor desses (o restante fica como garantia, pois ninguém sabe se os compradores vão pagar). O dinheiro some do mercado. Não há financiamento da produção e desaparecem os compradores. Resultado: corte de funcionários; inadimplência generalizada – espalha-se a crise a pessoas comuns que nem foram responsáveis por sua geração. O que os bancos, nesse estouro da boiada, estão fazendo com o dinheiro que sobrou? Comprando dólares – letras do tesouro norte-americano (tudo gira, gira e termina nos Estados Unidos). Esses papéis não rendem praticamente nada, mas têm garantia do governo norte-americano e sólida liquidez. Resultado: sobe o dólar; valoriza-se a moeda norte americana; tudo fica mais caro, no mundo.

A CRISE NO BRASIL

Nossas autoridades maiores, empenhadas na tarefa cansativa de providenciar pão e circo ao povo, tentaram cobrir o sol com uma peneira, indicando que mal sentiríamos o peso da crise, por aqui. Afinal, o tsunami chegaria a nossas praias apenas como uma leve “marolinha”. Pura mentira. A crise está conosco, já fazendo muitos estragos:

1. As diferenças: É verdade que nossos bancos não estavam diretamente atrelados àquelas carteiras podres de créditos imobiliários; além disso, o nível de exposição dos bancos brasileiros é drasticamente menor do que no exterior. Diferentemente de um Lehman Brothers (35 para 1) nossos bancos têm uma média de exposição de 4 para 1. Por último, nosso Banco Central tem compulsório para tudo (lastro em moeda que os bancos são obrigados a deixar com o governo para as operações que realizam) – por isso pagamos os juros mais altos do mundo – e isso faz com que haja uma fonte rápida de liquidez, se esses valores forem revertidos ao mercado, via rede bancária.

2. As similaridades e conseqüências comuns: Nesse mundo interligado, todos os bancos possuem operações internacionais e alguns têm no exterior as próprias matrizes. Todos, de uma forma ou de outra, financiam capital que vai para o mercado especulativo: quer no exterior; quer em aplicações cambiais; quer no mercado de ações. Assim, várias empresas – todas essas financiadas por bancos – constatam perdas irrecuperáveis e espetacularmente enormes, como têm sido o caso da Sadia (R$760 milhões), Aracruz (R$1,24 bilhão) e do Grupo Votorantim (R$2 bilhões). Com o mundo, lá fora, parado, nossas exportações desaparecem. A Balança comercial de setembro – que ainda não reflete praticamente nada da crise, já caiu mais de 30% comparando com o mesmo período no ano passado. Isso significa empresas diminuindo de tamanho ou fechando; desemprego; inadimplência; redução dos negócios em todas as áreas. O mercado de ações despenca, como no exterior, estando ele igualmente inflado com os papéis fora da realidade patrimonial de cada empresa. Muitos perdem 50, 60, 75% do dinheiro que aplicaram a apenas alguns meses atrás. Os grandes Bancos “sentam em cima do capital” – não movimentam, não emprestam. Os esforços do governo – em aumentar a circulação de valores na economia, liberando os depósitos compulsórios dos bancos, têm pouco efeito a curto e a médio prazo. Somem os financiamentos a longo prazo que possibilitavam ao brasileiro a compra de um carro novo e outros bens de consumo. Cai o preço dos imóveis, pois não há compradores, nem financiamento. Cai o valor patrimonial dos bancos – as ações de grandes bancos colocadas no mercado externo, como Itaú e Bradesco, caem mais de 20 bilhões (30%) em poucas semanas. Começa um processo de desconfiança na praça e, como no resto do mundo, ninguém sabe ainda o fim desse filme...

3. A alta do dólar: Esse foi o reflexo mais imediato e mais surrealista. Ficamos intrigados - "Mas a crise não foi gerada pelos Estados Unidos; não são eles que estão com problemas; como é que a moeda deles fica forte a nossa vai para o espaço"? Exatamente porque valores não estão sendo movimentados na economia global e as instituições financeiras procuram o abrigo no dólar e nas garantias do governo americano, ele sobe e se fortalece. Resultado interno, em nosso país: alta intensa, instabilidade, queima de reservas, possível manutenção em um patamar significativamente mais alto do que nos últimos meses. Resultado que sentiremos a curto prazo: aumento de todos os insumos e produtos importados. Prepare-se para gastar mais, quando for à Rua 25 de março!Daqui a alguns dias postaremos a segunda parte, pesquisando o que a Bíblia tem a nos ensinar sobre a crise de 2008 e os fatores que a precipitaram, bem como sobre qual o papel do governo em tudo isso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

UPH divulga Campanha de Evangelização


A Confederação Nacional de Homens Presbiterianos (CNHP) apresenta aos irmãos da IPB a Cruzada Nacional Presbiteriana de Evangelização “Só Cristo salva o pecador”, aprovada após a reunião de sua diretoria executiva. Os trabalhos serão realizados de acordo com o projeto encaminhado aos presidentes da sinodais da União Presbiteriana de Homens (UPH) de todo o Brasil.
Confederações, federações, UPHs locais, e também os irmãos das demais sociedades internas, enfim, toda a igreja, está convidada a se mobilizar. “Através deste grande desafio os homens presbiterianos desejam desenvolver atividades que produzam os abençoados frutos de crescimento da amada igreja”, explica o presb. Paulo Casini, secretário de evangelização da UPH.
O presbítero explica que a campanha lançada aproveita o bom momento em que vive a igreja, que celebra seus 150 anos. Através da cruzada diversas atividades poderão ser realizadas, como concentrações, reuniões, distribuição de Novos Testamentos da UPH, dentre outros. Nas cidades onde não haverá comemoração pelo Supremo Concílio da IPB, ou nas cidades onde a comemoração já foi realizada, as Confederações Sinodais deverão programar as datas, de preferência próximas do mês de agosto de 2009, ocasião em que a IPB comemorará os 150 anos.
Nas demais cidade, onde haverá a comemoração pela IPB, os trabalhos deverão ser programados a partir de janeiro de 2009, com conclusão até o final do mês de agosto de 2009. “Assim como a Executiva recebeu com entusiasmo a Proposta para a realização da Cruzada, esperamos que a Cruzada Nacional Presbiteriana de Evangelização muito contribua, para fortalecimento das UPHs, em todos os rincões da nossa Pátria, onde a IPB está inserida”, finaliza o presb. Paulo.
Secretário de Evangelização: Presb. Paulo Silas Casini: uphpaulosilas@hotmail.com - 11 2276-3485 Para mais informações e detalhes sobre a campanha acesse www.ipb.org.br/uph.