
Quando estiver visitando os lares de sua congregação ao longo deste ano, prevejo que um dos problemas mais comuns que você e outros presbíteros observarão será a falta de devocionais em família.
Você ouvirá famílias dizerem que não têm tempo, que a agenda está sempre lotada, pois tanto o pai quanto a mãe trabalham fora e se vêem apenas algumas horas à noite. Ou ainda, ouvirá os maridos comentarem que se sentem incapazes ou pouco à vontade para dirigir as devocionais familiares. Desculpas, desculpas e mais desculpas.
De todas as desculpas que ouvi até hoje, minhas favoritas são que a esposa não deixa uma Bíblia à mão ou que o marido precisa ir às reuniões do Conselho ou de seu departamento da igreja. É isso mesmo, está ocupado demais com o trabalho da igreja para conduzir seus pequeninos a Cristo. Essas desculpas podem ser muito embaraçosas.
Precisamos tratar dessas desculpas em nosso própria vida a fim de poder lidar com elas na vida dos membros de nossa congregação. Precisamos liderar pelo exemplo. Quando eu era um jovem pai e presbítero recém-eleito, um dos exemplos mais profícuos para mim foi o pastor Bill Warren. Ele realizava devocionais curtas com sua família depois de cada refeição. Ao longo da última década, conseguimos desenvolver constância na prática devocional fazendo a mesma coisa em nossa casa. Quando nos reunimos como família para uma refeição, terminamos com uma leitura bíblica e uma oração. Agora, tenho sempre uma Bíblia à mão. Minha esposa e filhos esperam que eu leia e ore, mesmo que precise ser breve em função de outros compromissos. Nem preciso dizer que esses esforços humildes têm feito crescer nosso prazer em Deus e em sua glória.
Como presbiterianos, visitaremos lares em que os pais, na ocasião do batismo de seus filhos, prometeram instruí-los na fé reformada, orar com eles e por eles e procurar – usando de todos os meios determinados por Deus – educa-los na instrução e admoestação do Senhor. Com base nisso, os presbíteros podem instar o rebanho a usar as devocionais em família como parte do cumprimento dessas promessas. As devocionais em família oferecem dois dos três meios comuns da graça e não creio eu que seja apropriado colocar toda a responsabilidade da instrução espiritual de nossos filhos sobre os cultos semanais da igreja ou sobre a escola cristã. Os lares cristãos devem, necessariamente, refletir a glória de Cristo, presente na família cristã mais ampla, a Igreja. E uma vez que a igreja é caracterizada por sua devoção à Cristo em oração e atenção à sua Palavra, o mesmo deve ocorrer nos núcleos familiares cristãos.
Em nossas visitas aos lares, devemos incentivar os maridos a exercerem a liderança nessa área da vida familiar e as esposas a ajudar o marido com essa responsabilidade. Trata-se de uma parcela e é importante manter seu equilíbrio. Infelizmente, muitas vezes esse equilíbrio é perdido porque o marido não cumpre seu dever de liderar a esposa e os filhos ou porque a esposa que tem mais facilidade nessa área usurpa o lugar do marido. Ao tratar com as famílias sobre as suas práticas devocionais, os presbíteros devem estar preparados para dar idéias que possam ajudar em situações variadas.

Porém, manter essa ênfase nem sempre é tão fácil quanto parece, uma vez que temos uma tendência quase natural de abordar o exercício da nossa religião de maneira moralista. Esse também é o caso de boa parte do material que encontramos para devocionais.
Questões a serem consideradas pelos presbíteros:
1. As devocionais em nosso lar cristão estão em ordem, de modo a sermos exemplo para o rebanho?
2. Como presbíteros, que material para devocionais em família podemos recomendar para nossos membros usarem?